Os fósseis de frutos encontrados em uma região árida da Tanzânia pareciam uvas passas petrificadas no chão. Seriam de alguma parreira pré-histórica? Ao examiná-los mais perto, os pesquisadores constataram boquiabertos que eram na verdade os fósseis de frutas mais antigos descobertos da família do olíbano e da mirra!
Essa descoberta impressionante lança nova luz sobre os primórdios evolutivos desse importante grupo de angiospermas aromaticas. Vamos desvendar juntos os detalhes dessa emocionante história paleontológica!
Índice
Os Fósseis Enigmáticos da Bacia do Lago Rukwa
A região da Bacia do Lago Rukwa, localizada no famoso Vale do Rift Africano, guarda em seus sedimentos um verdadeiro baú de surpresas científicas. Foi lá que o pesquisador Erikson e seu time escavavam em busca de vestígios do passado biológico da Terra quando encontraram os tais fósseis misteriosos.
Aparência e Idade Revelam Sua Raridade
Além da aparência incomum, lembrando uvas passas secas com 8-10 mm de comprimento, análises posteriores revelaram a idade dessas peças paleobotânicas: 105 milhões de anos!
Isso mesmo, esses fósseis foram preservados nas camadas rochosas ao longo de uma era geológica inteira, tornando-os os frutos mais antigos já descobertos de sua linhagem. Simplesmente sensacional!
Confirmando o Parentesco com Franquincenso (Olíbano) e a Mirra
Mas afinal, que frutas pré-históricas eram aquelas? Através de exames microscópicos, os especialistas confirmaram se tratarem dos primeiros fósseis da família Burseraceae, da qual fazem parte árvores produtoras de resinas aromáticas como o olíbano e a mirra.
Implicações Evolutivas Majestosas
Isso mesmo, aquelas bagas petrificadas pertenciam a parentes arcaicos do linhaço, mirra e outros integrantes da família Burseraceae! Uma conexão perdida no tempo com mais de 100 milhões de anos.
Essa identificação inesperada tem profundas implicações para nosso entendimento da história evolutiva das angiospermas, as plantas com flores. Indica, por exemplo, que importantes adaptações reprodutivas já estavam presentes nesses grupos basais do Cretáceo Inferior.
Significância das Descobertas e Próximos Passos
Expandindo Ideias sobre as Primeiras Angiospermas
As descobertas destacam o imenso potencial dos depósitos africanos em revelar novas peças do quebra-cabeças evolutivo das dicotiledôneas primitivas.
Elas sugerem que essas plantas pioneiras já apresentavam há 105 milhões de anos especializações como frutos carnosos, sementes protegidas e mecanismos eficientes de dispersão.
Mudanças de Paradigma à Vista
Isso desafia visões prévias e demanda uma reformulação das teorias vigentes sobre o surgimento de angiospermas bem-sucedidas. Afinal, adaptar não é um processo breve ou simples. Se esses atributos-chave já estavam presentes nas origens do grupo, é sinal que a competição com outras plantas como gimnospermas foi anterior ao que se imaginava!
Prosseguindo as Investigações nos Depósitos Pré-Históricos
Naturalmente, essas descobertas inaugurais instigam uma série de novas perguntas e destacam o potencial ainda inexplorado daquela área fossilífera tanzaniana.
Tecnologias de Ponta e Parcerias Internacionais
Portanto, o próximo passo lógico é investir em novas escavações, contando com verbas, equipes e tecnologias de ponta necessárias para desvendar mais fósseis e detalhes sobre a evolução inicial de nosso “clado parental” de plantas aromáticas. Quem sabe até ancestral comum de todos os membros da família não esteja por lá?!
Referência
“Burseraceae in Cretaceous of India, Manchester, Kapgate, Judd” de Steven R. Manchester, Dashrath K Kapgate and Walter S. Judd, Dezembro 2023, International Journal of Plant Sciences. DOI: 10.1086/729091